O Presidente da Federação Nacional das Associações de Aposentados e Pensionistas da Caixa Econômica Federal (FENACEF), Edgard A. Bastos Lima, entregou ao Pesidente do Conselho Deliberativo da Fundação dos Economiários Federais (FUNCEF), André Nunes, no final da manhã desta quinta-feira (30 de janeiro), o documento contendo a petição da categoria pela não retirada do voto qualificado do Estatuto da Fundação. Acompanhado de outros Representantes de Entidades dos Economiários ativos e aposentados da Caixa, Edgard Lima reforçou a preocupação dos participantes em manter papel ativo no Conselho Deliberativo da FUNCEF, instituição que tem a tarefa primordial de gerir o fundo de R$ 70 bilhões pertencentes aos participantes da Fundação.

O encontro aconteceu depois de três horas de espera e diante da manifestação de mais de 200 dirigentes e representantes das  22  Associações dos Economiários Aposentados (AEA) do Brasil todo. Eles cantaram e gritaram palavras de ordem em defesa dos direitos dos 48 mil aposentados assistidos pela FUNCEF e dos 83 mil trabalhadores em atividade na Caixa Econômica Federal (CEF). 

A petição entregue reuniu quase 22 mil assinaturas em defesa do patrimônio administrado pela FUNCEF. “Não somos contra a modernização do Estatuto. Revisar o Estatuto não é crime. Crime é não podermos participar do processo”, insistiu Edgard Lima.

A Vice-presidente da FENACEF e Presidente da Associação Paulista dos Economiários Aposentados de São Paulo (APEA-SP), Maria Lúcia Cavalcante Dejavite, defende a proteção dos participantes e assistidos no Conselho Deliberativo da FUNCEF: “Este movimento objetiva pedir respeito aos participantes e assistidos, porque todos os benefícios foram constituídos ao longo da vida laboral e queremos que a Patrocinadora e o CD da Fundação repensem tudo o que vêm nos causando”.

Diante da manifestação e da pressão exercida pelos aposentados, o CD da FUNCEF decidiu retirar da pauta de debates da reunião de hoje a proposta de eliminar do Estatuto o quórum qualificado, que mantém no Conselho Deliberativos três representantes dos participantes e assistidos.

RESPEITO – Ao lado dos colegas, que se reuniram em frente ao prédio da FUNCEF para dizer não à quebra das regras do Estatuto, a Vice-presidente da Associação do Pessoal da Caixa Econômica Federal do Rio de Janeiro (APCEF-RIO), Vera Lúcia Faria de Moraes, confirmou: “Este é um momento histórico. Nunca houve antes um movimento de aposentados aqui na Fundação. Exigimos respeito pelos anos dedicados à instituição. Eu me sinto como uma idosa abandonada pelos filhos”, lamentou Vera Lúcia.

Aos 65 anos de idade, 32 deles dedicados à Caixa, Mauro Pozzobom veio a Brasília representando os integrantes da Associação Catarinense de Aposentados da CEF e confessou sua preocupação com as mudanças que estavam sendo propostas para o Estatuto. Segundo ele, “as alterações foram encaminhadas de forma unilateral, de forma a retirar direitos conquistados ao longo do tempo, fragilizando o equilíbrio de forças dentro da FUNCEF. É preciso haver paridade entre os participantes, o CD e a Patrocinadora”, defendeu.

Entre os grupos de aposentados que vieram a Brasília para o ato, a AEA de Goiás e Tocantins foi a que trouxe o maior contingente. “Estamos aqui para exigir o cumprimentos dos nossos direitos. Não aceitamos a mudança unilateral do estatuto”, reforçou o Presidente da Associação, William Rodrigues de Lima.

NOVA GERAÇÃO – Atuando na ativa e trabalhando positivamente em defesa dos direitos dos economiários, o Presidente do Conselho Deliberativo da Associação Nacional dos Auditores Internos da CEF (AUDICAIXA), Marcelo Barbosa, 37 anos, externou sua preocupação com o futuro da categoria após ganhar o status de assistida. “Todo o nosso trabalho na CEF é dedicado à busca e à conquista por uma aposentadoria segura, confortável e tranquila. Por isso, temos de lutar pela manutenção dos direitos já conquistados. Afinal de contas, o Estatudo da FUNCEF é legal e tem de ser respeitado”, reiterou.

Representante eleito para o cargo de Diretor Administrativo do CD da FUNCEF, Augusto Miranda garantiu que o movimento é justo: “Nosso Estatuto é legítimo. Foi aprovado pelo então Ministério da Previdência e pela Secretaria da Previdência Complementar em 2007. E qualquer proposta de mudança exige a nossa concordância”.

PRÓXIMOS PASSOS – Agora, a categoria acompanhará, mais de perto, todas as pautas do CD da FUNCEF para evitar surpresas prejudiciais ao conjunto dos aposentados e assitidos. Na sequência dos fatos, a direção da FENACEF irá agendar a entrega de uma cópia da petição ao Presidente da CEF, à direção da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (PREVIC), à Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST) e ao Ministério Público Federal (MPF).

Também participaram do movimento desta quinta-feira representantes Federação Nacional das Associações de Pessoal da CEF (FENAE), da União Nacional dos Economiários Inativos da CEF (UNEICEF), da Associação Nacional Independente dos Participantes da FUNCEF (ANIPA) e da Associação dos Advogados da Caixa Econômica Federal (ADVOCEF).