Em uma discussão em torno da redução do equacionamento no REG Replan Saldado, por meio da diminuição de algumas expectativas de direitos futuros, trazendo para o presente, a FENACEF se juntou à FENAG, ANIPA, ANEAC, ADVOCEF, AUDICAIXA, entre outras entidades, para debater com a cúpula da FUNCEF e da Caixa Econômica Federal uma forma de promover com mais clareza a proposta para os seus representados, sob a perspectiva de que não haverá retirada de direitos, mas sim antecipação. A reunião ocorreu no último dia 14, na Universidade da Caixa, em Brasília.
Com trabalhos conduzidos por Ricardo Pontes, presidente da FUNCEF, e por Maria Salete Cavalcanti, presidente do Conselho Deliberativo da Fundação, o encontro teve como objetivo colocar na balança ganhos/perdas e presente/futuro, no âmbito da proposta de redução do equacionamento.
“Estamos aqui hoje num processo de diálogo, para ouvirmos uns aos outros, e tentarmos sair daqui com uma proposta que contemple minimamente todas as expectativas para chegarmos a um denominador comum, onde todos saiam ganhando”, afirmou Salete Cavalcanti.
O presidente da Caixa, Carlos Vieira, que participou online do encontro, demonstrou que a proposta está calcada na colaboração de todos, bem como nas condições políticas e institucionais colocadas no presente.
“A disposição da Caixa e da FUNCEF, de fazer isso acontecer, iniciando com uma redução do equacionamento de 46%, mesmo que isso signifique abrir mão de alguns benefícios futuros, é significativa do ponto de vista de a agente entender que esses benefícios serão investidos no momento presente”.
Carlos Vieira, presidente da Caixa Econômica Federal
Vieira destacou também que se em outro momento as pessoas não tiveram espaço e nem voz, agora é o momento para todos serem ouvidos. “Tem muita gente que está ávido por soluções, mas que não está participando dessa discussão, e é importante a gente entender e escutar essas pessoas”, ponderou o dirigente.
Já o presidente da FUNCEF, Ricardo Pontes, avaliou o encontro como uma oportunidade de ampliar os esclarecimentos sobre o tema. “Foi um excelente debate, com diversas entidades representadas. Nós discutimos e apresentamos novamente todas as propostas para a redução do equacionamento. Ouvimos, principalmente ouvimos, e fizemos algumas simulações que iremos apresentar a todos na próxima semana (esta semana)”, projetou Pontes.
Por fim, o presidente da FENACEF, Valfrido Oliveira, destacou a produtividade e a demonstração de respeito da Caixa e FUNCEF, em reunir as entidades e ouvir os seus representantes, e concluiu as falas no mesmo contexto em que elas se iniciaram, sobre aproveitar as condições políticas e direitos do futuro, hoje.
“Estamos esperançosos numa solução para a situação financeira extremamente crítica em que se encontram os aposentados da Caixa. Nesse sentido, novas rodadas deverão acontecer, e a FENACEF reitera que devemos aproveitar esta janela de oportunidade, pois o mundo político não para. Se hoje temos Caixa e FUNCEF alinhadas, amanhã o cenário poderá ser diferente”.
Valfrido Oliveira, presidente da FENACEF.
Pensão por morte para dependentes ou maior remuneração no presente?
Dentre os pontos mais abordados por todos os presentes, a antecipação de direitos futuros foi um dos que mais chamou a atenção. Isabel Gomes, representando a ADVOCEF, destacou a necessidade de mais esclarecimentos para os empregados e, principalmente para os aposentados da Caixa, por conta da desinformação a respeito do tema: “Em vez de nós recebermos determinados benefícios sobre a rubrica de pensão por morte, nós vamos receber o mesmo valor provisionado para o pecúlio, carreado em forma de um desconto menor em nosso equacionamento”.
A representante trouxe um exemplo prático de solução que se não for tomada agora, não adiantará nada no futuro, como é o caso das mulheres aposentadas da Caixa que não possuem dependentes, por serem viúvas e divorciadas, ou por não terem mais filhos menores de idade.
“Nós deixaremos de receber um benefício que não receberíamos de qualquer forma, uma vez que nós não temos dependentes. Em compensação, estaríamos recebendo um desconto menor em nosso equacionamento que significa na prática um aumento no nosso contracheque, que é o que todos queremos”.
Isabel Gomes, ADVOCEF
Sobre esse ponto, o presidente da Caixa também mencionou a necessidade de renunciar a algo no futuro, para usufruir no presente. “A gente entende que há caminhos, e que às vezes na vida, principalmente na fase de vida que nós estamos, para algumas conquistas acontecerem, temos que abrir mão de alguma coisa. E aí, na discussão dessa questão, ela perpassa por algumas coisas que vocês lá atrás poderiam falar ‘não tem jeito para a FUNCEF’, mas hoje está demonstrado que tem horizontes, alguns já completamente aconteceram e outros estão no decorrer do acontecimento”, concluiu Vieira.
Nota do editor: “Uma coisa é certa, há uma proposta na mesa, há ambiente político e institucional para ouvir e debater com os envolvidos e há possibilidades reais e fazer com que o presente seja melhor. Agora, basta que cada um avalie a sua situação individualmente para ter o entendimento de como a sua decisão individual pode beneficiar a todos coletivamente”.
Veja também o resumo em vídeo da reunião que preparamos para você!