A primeira reunião presencial de 2024 do Conselho de Usuários do Saúde Caixa, gestão 2023-2025, foi realizada em Brasília nesta terça-feira, 26 de março. Desde a pandemia, os encontros vinham sendo realizados apenas de forma virtual. A retomada presencial marcou um momento importante para debater o desempenho do plano de saúde, seus avanços e os principais desafios para os próximos meses.
Entre os pontos positivos apresentados, destacou-se que o desempenho do plano ficou abaixo da inflação médica. Além disso, ações de auditoria em contas de internação e procedimentos hospitalares possibilitaram a redução significativa de valores, bem como a regularização e cobrança de saldos devedores. “Essas medidas precisam continuar, e com certeza trarão ainda melhores resultados”, avaliou Márcia Krambeck, conselheira titular eleita e representante da FENACEF.
Outro destaque da reunião foi o resultado financeiro do Saúde Caixa em 2024. O plano apresentou um déficit de R$ 13 milhões, valor inferior ao previsto anteriormente, e que foi coberto pela reserva de contingência. Para Márcia Krambeck, o cenário é positivo: “Por todos os estudos e análises que temos feito, há um indicativo de que o plano está caminhando para um equilíbrio. As condições atuais garantem essa estabilidade. Quem sabe, no futuro, seja possível até revisar o custeio.”
Na discussão sobre a redação do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), a conselheira defendeu a manutenção do percentual mínimo de 6,5% de custeio pela Caixa, chegando até 70% das despesas de saúde o que garantiria o equilíbrio do plano e a preservação do provisionamento pós carreira. “Esse ajuste garante uma margem significativa de recursos e mantém o provisionamento nos atuais patamares.”
Desafios e mudanças no cenário da saúde suplementar
A reunião também abordou os desafios da gestão do plano. Um dos principais pontos levantados foi a concentração do mercado de saúde, com a aquisição de hospitais, laboratórios e pequenos planos regionais por grandes operadoras como Rede D’Or, Notre Dame, Hapvida e Unimed. Esse movimento tem pressionado os planos de autogestão, como o Saúde Caixa, com reajustes considerados injustificáveis.
Outro desafio destacado foi o cumprimento de ordens judiciais para liberação de procedimentos que não possuem aprovação da Anvisa ou da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), com altos custos e eficácia não comprovada.
“Identificamos a necessidade de acompanhar de perto os custos relacionados a internações, cirurgias e tratamentos oncológicos, especialmente os procedimentos sem coparticipação, para evitar possíveis casos de superfaturamento”, alertou Krambeck.
Rede credenciada e novos comitês regionais
Segundo os dados apresentados, a distribuição de profissionais credenciados segue o mapeamento nacional do Conselho Federal de Medicina. A telemedicina, cada vez mais utilizada pelos beneficiários, foi apontada como uma alternativa complementar importante ao atendimento presencial.
Também foi anunciada a implantação dos Comitês de Credenciamento Regionais, prevista no ACT de 2023. Esses comitês têm como objetivo aproximar a gestão do plano dos profissionais de saúde em todo o país. A expectativa é que comecem a funcionar em abril de 2025, após a finalização dos regulamentos e diretrizes de qualificação dos membros.
Com informações da AEA/PR