Imagine que está em uma máquina do tempo, que te leva para lembranças, pessoas e momentos especiais em sua vida. Essa máquina se chama FENACANTO, que pelas ondas sonoras, letras e
melodia te transporta, como num passe de mágicas, a lugares que não mais lembrava, ou que sempre sonhou em conhecer, e que te trazem bons sentimentos e reflexões sobre a vida. Assim foi o segundo dia do encontro de corais FENACANTO, em Alexânia/GO.
Antes do encantamento, o esforço. O maestro Marcelo Bargas foi o responsável por encontrar o tom, a ênfase e a sincronia correta para o bom desempenho dos corais, durante a oficina Dinâmica da Voz. O objetivo foi buscar o timbre, a entonação, a postura e a respiração ideias para uma boa apresentação.
Cordas vocais aquecidas, os corais partiram para os ensaios. Durante toda a tarde, repetição, concentração e mais repetição para deixar tudo perfeito para as primeiras apresentações oficiais do evento.
Desafio aceito e superado. O coral da ACEA chegou chegando e animou o público, com energia e alegria inerentes do povo cearense. Alceu Valença, Dominguinhos, Tim Maia e Melim foram muito bem representados pelo coral cearense regido pelo Mastro Rogério Jales.
Pernambuco entrou em grande estilo com o seu coral AEAP, sob o comando do maestro Ismael Barbosa. Chico Buarque e Pablo Milanes (Iolanda), Leonard Cohen (Aleluia), Cassiano e Rochael (Primavera) e Tragino Gondim, Manuca Almeida e Raimundinho do Acordeom (Esperando na Janela), ficariam muito felizes por terem sido tão bem representados.
São Paulo surpreendeu com uma performance genuinamente nordestina. Com chapéus de couro cantaram “Canário do Reino”, de Carvalho e Zapatta; “Chitãozinho e Xororó”, de Serrinha; “Homem de Saia”, de Aldemário Coelho, e atenderam a um pedido nato dos brasileiros em qualquer evento musical: “Toca Raul!!!”, com Metamorfose Ambulante. Mérito também ao Maestro Reinaldo Sanches, que demonstrou muita competência e alegria na condução dos trabalhos.
O coral APOSCEF em Canto, de Sergipe, sob a regência do Maestro Edson Dida, foi ousado e brindou a plateia com profundidade, cultura local e originalidade, ao cantar “Céu de Santo Amaro”, de Sebastian Bach e Flávio Venturine; “Ave Maria”, de Bach e Charles Gound; “Que Nem Jiló”, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira; e “Aquarela de Sergipe”, de José Augusto Sergipano.
O DF finalizou a noite com uma impressionante performance. Sob olhares e sorrisos de sua matriarca, Leopoldina Colares, o Canto do Cerrado, de regência do maestro Michael Moran Lopez, mostrou que a “Andança” (Danilo Caymmi), não é “Tempo Perdido” (Renato Russo), principalmente quando “Medley/Baião/Mulher Rendeira e Assum Preto” (Luiz Gonzaga) estão juntos, pois “Isto aqui é o que é” (Gonzaguinha), e, quem sabe, canta ao vivo.
O FENACANTO é de fato diferente, pois é nele que somos nós mesmos e cantamos aquilo que nos move, que nos faz sonhar, viver e se conectar. Um dia especial, com pessoas especiais, maestros talentosos e muita música boa.
“Fazer valer a pena” é com certeza a expressão que mais fez sentido por aqui neste prazeroso dia de evento.
Confira algumas imagens dos ensaios antes das apresentações oficiais.